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- Aceite para publicação- Reis, Vítor dos, «As Primeiras "Fotografias Científicas" de um Cachalote (1890): Francisco Afonso Chaves e a Inexactidão da Imagem», aceite (Fevereiro, 2014) para publicação in Arte Teoria. Vol. 15/16.
Resumo / Abstract
Resumo. Em 1890, foi publicado em Paris, no Journal de l’Anatomie et de la Physiologie de l’Homme et des Animaux, um artigo intitulado «Des Formes Extérieures du Cachalot», assinado por G. Pouchet e F.-A. Chaves, ilustrado com três desenhos e três fotografias. Ocupando uma página, em complemento às duas páginas e meia ocupadas pelo texto, estas são anunciadas como as primeiras fotografias científicas do cachalote. Por via delas, era finalmente possível fixar os traços exteriores deste animal, tão célebre quanto mal conhecido e, consequentemente, como era dito logo na abertura, pôr fim a uma longa era de representações inexactas. Os autores do artigo eram dois reputados naturalistas: Charles Henri Georges Pouchet (1833-1894), professor de anatomia comparada no Muséum National d’Histoire Naturelle, em Paris, especialista em cetáceos, participante, em 1856, numa expedição científica em busca das nascentes do Nilo e, em 1892, numa outra ao Oceano Ártico; e o açoriano Francisco Afonso Chaves (1857-1926), viajante incansável, interessado por domínios tão diversos como a sismologia, o geomagnetismo e a meteorologia, mas que se dedicou também ao estudo da fauna e da flora dos Açores. No entanto, para nós, Afonso Chaves é sobretudo o notável fotógrafo cuja obra estereoscópica, realizada entre o final do século XIX e a data da morte, se manteve desconhecida de estudiosos e investigadores da teoria e da história da fotografia em Portugal.
- Aceite para publicação- Reis, Vítor dos, «A Ascensão das Máquinas Voadoras: Francisco Afonso Chaves e Jacques Henri Lartigue no Campeonato Gordon-Bennett em Paris (1906)», aceite (Julho, 2013) para publicação nas Actas do Colóquio Movimento e Mobilização Técnica (coord. José Bragança de Miranda). Lisboa, CECL/FCSH-UNL.
Resumo / Abstract
Abstract. In September the 30th 1906 began the first edition of the Gordon Benett aeronautic championship at the Tuileries Garden in Paris. Sixteen large balloons took part in this international competition. The Azorean Francisco Afonso Chaves (1857-1926), eminent Portuguese naturalist, was photographing the event. However, his activity as photographer, which he pursued alongside with his scientific research, is ignored. His extensive photographic legacy shows a unique quality and distinct peculiarity: it is almost all made of stereoscopic images, destined to produce a credible and immersive three-dimensional perception. Francisco Afonso Chaves took at least 23 stereoscopic photographs on that day. Three of those, of the balloon of Alberto Santos Dumont (1873-1932), are very similar to the ones made by Jacques Henri Lartigue (1894-1986). This coincidence reveals the importance that the representation of movement, especially the movement of flying machines, and the representation of time, through the use of photographic series, have in the work of both men. In this sense, this is one of the most important and until now unknown contributions to the history of modern visuality and the emergence of time sequence, dynamic transformation and velocity in Portuguese photography.
- Aceite para publicação- Flores, Victor, “A Estereoscopia Portuguesa e a Necessidade do Estudo Arqueológico”, aceite (Janeiro de 2014) para publicação nas Actas do Colóquio Tecnologias Culturais e Artes dos Media, Lisboa: CECL, FCSH/UNL.
Resumo / Abstract
Resumo: A valorização kittleriana das estruturas materiais das tecnologias assentou no reconhecimento de que os media não são sistemas tecnológicos neutros, e que a sua especificidade comporta mudanças significativas nos registos e modos de produção de informação e, desde logo, na cultura de uma época. Tal abordagem no estudo dos media revela-se particularmente pertinente no estudo dos media ópticos se considerarmos a sua forte propensão para a transparência e para a transitividade. Neste artigo pretende-se salientar que a inobservância da especificidade da fotografia estereoscópica equivaleu à sua incompreensão e à sua fraca presença nos estudos da fotografia. A abordagem das estruturas materiais das tecnologias é, por princípio, um trabalho arqueológico que o estudo da estereoscopia portuguesa não pode dispensar. A dificuldade de recuperar a medialidade da estereoscopia advém não só da sua suspensão como prática fotográfica popular, da condição dos seus suportes (originais frágeis e, em grande parte, negativos) mas sobretudo da sua manifesta inadaptação e inconformidade com as transposições para o formato digital dos arquivos e dos seus ecrãs.
- Publicado- Flores, Victor, ‘Stereo Visual Culture: Between the Documentary and Entertainment’, The International Journal of The Image, Vol.3, Issue 4, Champaign, Illinois: Common Ground Publishing, pp.9-19, Dezembro, 2013.
Resumo / Abstract
Abstract: This paper aims to contribute to the reflection on a medium that has been abandoned by the popular, or artistic, usage of photography, as well as underestimated by the history and theory of photography. Stereoscopy has many of the characteristics of a neglected medium. Its popularity from the 1850’s to the 1950’s couldn’t let us predict its suppression in the main practices of photography, let alone its minor position in the photographic studies. The popularity of stereoscopy indicates that it corresponded to social needs deeply rooted in the late nineteenth century, associated both to documentary and to entertainment. If, on one hand, stereoscopy offered detail and precision, then on the other, it expanded the visuality, offering immersion and “visual pleasures”. The appropriation of photography by public powers in the late 19th century demanded that photography was not confused with “illusions” or “visual tricks”, but with truth and objectivity. This paper intends to clarify the reasons why this relationship between photography and stereoscopy is doomed from its beginning: the different purposes of their inventions; their distinct cultural heritages; the social disapproval of the act of peeking (symbolized by binoculars); the cultural critique of the immersion and tangibility as unnecessary and promiscuous advantages.
- Publicado- Reis, Vítor dos, ‘Fumo, Vapor e Lava: as Paisagens Incertas de Francisco Afonso Chaves (1857-1926), Estúdio, Artistas sobre outras Obras, Vol. 4 (8): 42-51, Dezembro 2013.
Resumo / Abstract
Abstract. Between the photographic works of the Portuguese naturalist Francisco Afonso Chaves (1857-1926) there are stereoscopic photographs of volcanic structures. These immersive images must be inscribed in a peculiar kind of landscape: the hostile landscape. In comparison to the normal representations they produce an expansion of the visual experience and, in comparison with reality, a reduction of the sensorial experience. These are strange, sublime, uncanny and uncertain landscapes.